sexta-feira, 1 de julho de 2011

CF-ELEMENTOS PATRIMONIAIS DAS EMPRESA

A contabilidade e os objectivos da informação financeira


I Função da contabilidade
1. Funções de registo
Contabilidade deve registar todos factos que provocam alterações no seu património.
Livro de acta que é obrigatório para as sociedade e onde se registam os factos ocorridos nas reuniões dos sócios
Diário selado: regista cronologicamente as operações que modificam o património da empresa, quer qualitativa, quer quantitativamente
Razão selado (livro maior): regista os movimentos contabilísticos da empresa, por contas
Inventário e balanços: regista todos os valores activos, passivos da empresa e os balanços a que a empresa está obrigada
2. Função de controlo
A contabilidade deve permitir o exame e a crítica das operações realizadas pela empresa
- Apreciar se a situação económica e financeira da empresa está boa ou má
      - Fazer uma análise sobre a maneira como os resultados foram obtidos
      - Fazer comparação entre os valores previstos e a realidade conseguida
      - Comparar os valores obtidos pela empresa com os das empresas similares
3. Função de avaliação
      - Permite conhecer os custos pelos quais os bens ficaram à empresa
      - Permite calcular preços de venda com base nos preços de custos
      - Permite adquirir os bens necessários ao seu funcionamento
      - Permite analisar a produtividade dos trabalhadores da empresa
4. Função de previsão
A previsão é feita com base em documentos chamados orçamentos, elaborados a partir de dados fornecidos pela contabilidade não só da empresa mas também de outras empresas
II. Documentos comerciais básicos
1. Nota de encomenda
É um documento emitido pelo comprador em que este indica ao vendedor qual a quantidade, a qualidade, o preço unitário, as condições de entrega e de pagamento dos bens que pretende adquirir
2. Guia de remessa
É um documento emitido pelo vendedor. Este documento acompanha os bens até ao armazém do comprador e serve para este verificar se os bens que chegaram estão de acordo com os da Nota de encomenda (o comprador fica com o original e devolve o duplicado ao fornecedor)
3. Factura
É o documento emitido pelo fornecedor e destinado ao comprador quando se efectua uma venda a prazo. Por ela o vendedor procede à liquidação do valor dos bens que o comprador lhe deve pagar
4. Recibo
É o documento emitido pelo vendedor e serve de prova de pagamento dos bens comprados pelo comprador
5. Factura – recibo ou Venda a dinheiro
É o documento emitido pelo vendedor nas vendas efectuadas a pronto pagamento
6. Nota de débito
Tem por fim corrigir para mais o valor da Factura quando o vendedor, por lapso se esquece de mencionar alguma despesa por conta do comprador ou errou algum cálculo. As causas mais vulgares para a missão da Nota de débito são:
7. Nota de crédito
Tem por fim corrigir para menos o valor da Factura
8. Nota de Lançamento
É um documento que substitui Nota de débito e Nota de crédito
9. Cheque
É uma forma que o comprador tem para pagar a sua dívida ao fornecedor. Ao emitir o cheque o comprador dá ordem ao banco para este pagar ao vendedor uma determinada importância
III. Ramos da contabilidade
1. Contabilidade financeira
Regista factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros
Permite conhecer, em qualquer momento, a situação patrimonial da empresa
Dá a conhecer, período a período, os resultados derivados da exploração
Possibilitar levar a cabo análises de ordem económica financeira que são importantes auxiliares de gestão da empresa, para se alcançar a melhor rendibilidade
2. Contabilidade analítica
Fornece os custos totais e unitários dos produtos resultantes da actividade interna da empresa
Permite hierarquizar responsabilidade no seio da empresa, que é possível dividi-la em secções, cada uma funcionando como um centro de custo próprio
É um precioso auxiliar da administração da empresa, habilitando – a a tomar decisões mais esclarecidas, rápidas, seguras e eficazes

Elementos patrimoniais das empresas


1. Noção de património empresarial
Património de uma empresa é o conjunto dos seus bens, direitos e obrigações, devidamente valorizados, referentes a uma determinada data e usados para atingir determinados objectivos
a) Bens: são os elementos físicos que uma empresa possui num determinado momento
Exemplos:
ü  Dinheiro em moeda
ü  Mercadorias
ü  Maquinaria
ü  Mobiliário de escritório
b) Direitos: são dívidas que terceiros têm para com a empresa e também o valor das marcas, patentes e outros direitos similares
Exemplos:
ü  O dinheiro depositado num banco
ü  As dívidas de clientes
c) Obrigações: são as dívidas que a empresa tem para com terceiros
Exemplos:
ü  Os valores em dívida nas compras a prazo
ü  Empréstimos obtidos nos bancos
Nota: Na análise dos elementos patrimoniais há que ter em conta as seguintes expressões:
Ø  Crédito de          : nossa obrigações
Ø  Crédito sobre     : nosso direito
Ø  Dívida a              : nossa obrigação
Ø  Dívida de            : nosso direito


Exercício aplicado
A empresa comercial Alves & Día, Lda., apresentava o seguinte património no início da sua actividade em 1 de Janeiro de 2011. (valor em Kz)
1.    Dinheiro em caixa: 100.000Kz
2.    Dívida do cliente Mário & Bento, Lda.: 250.000Kz
3.    Depósito à ordem no BFA: 500.000Kz
4.    Dívida ao fornecedor Reunidos, SA: 760.000
5.    Mercadorias em armazém: 1.040.000Kz
6.    Maquinaria: 1.100.000Kz
7.    Ferramentas: 250.000Kz
8.    Edifício: 30.500.000Kz
9.    Carrinha comercial: 10.400.000Kz
10. Mobiliário de escritório: 570.000Kz
11. Acções na sociedade Ferreira & Carlos, Lda.: 920.000Kz
12. Empréstimos obtidos no BFA: 40.200.000Kz
Resolução

Bens:
Dinheiro em caixa
Mercadorias em armazém
Maquinaria
Ferramentas
Edifício
Carrinha comercial
Mobiliário de escritório
Total

100.000Kz
1.040.000Kz
1.100.000Kz
250.000Kz
30.500.000Kz
10.400.000Kz
570.000Kz
43.960.000Kz
Direitos:
Dívida do cliente Mário & Bento, Lda
Depósito à ordem no BF
Acções na sociedade Ferreira &Carlos
Total

250.000Kz
500.000Kz
920.000Kz
1.670.000Kz
Obrigações:
Dívida ao fornecedor Reunidos, SA
Empréstimos obtidos no BFA
Total

760.000Kz
40.200.000Kz
40.960.000Kz



Representação de Massas patrimoniais gerais

I. Massas patrimoniais gerais
1.    Activo:
Aos elementos que representam bens e direitos para a empresa damos o nome de elementos patrimoniais activos. O seu conjunto forma o ACTIVO
Activo = Bens + Direitos

2.    Passivo:
Os elementos que representam obrigações para empresa chamam – se elementos patrimoniais passivo. O seu conjunto forma o PASSIVO
Passivo = Obrigações

Resumo: O património é constituído por duas massas patrimoniais gerais: ACTIVO e PASSIVO
PATRIMÓNIO
                          - ACTIVO = BENS + DIREITO
                          - PASSIVO = OBRIGAÇÕES

II. Representação do património
O património de uma empresa pode ser representado de duas formas:
1. Representação horizontal:
Quando se escreve à esquerda, no 1º membro, o ACTIVO e à direita, no 2º membro, o PASSIVO

PATRIMÓNIO DE ... EM ...
ACTIVO
PASSIVO
- Bens
- Direito
- Obrigações

2. Representação vertical:
Quando se representa primeiro o ACTIVO e por baixo o PASSIVO
PATRIMÓNIO DE ... EM ...
ACTIVO
- Bens
- Direito
PASSIVO
- Obrigações


Exercício aplicado
Os elementos patrimoniais pertencentes à empresa Alves & Matias de Benguela, retalhista de pronto – a – vestir, eram em 31 de Dezembro do ano 2010, os seguintes
1.    Moeda em cofre: 4.000Kz
2.    Empréstimo obtido no BF: 1.200.000Kz
3.    Dívida à confecções Huíla, SA: 400.000Kz
4.    100 Saias: 50.000Kz
5.    Expositórios: 60.000Kz
6.    Cheque no cofre: 30.000Kz
7.    100 camisolas: 30.000Kz
8.    Depósito à ordem no BNA: 160.000Kz
9.    Prateleiras: 70.000Kz
10. 50 casacos compridos: 68.000Kz
11. Dívida às confecções África, SA: 880.000Kz
12. 100 blusas: 30.000Kz
13. Cruzetas: 4.500Kz
14. Edifício: 9.800.000Kz
15. 200 gabardinas: 200.000Kz
16. Dívida de Amaro & Dias, Lda.: 38.000Kz
17. Computador do escritório: 90.000Kz
18. Mobiliário de escritório: 120.000Kz
Pedido: Representa o património horizontal, qual é o valor do Activo e do Passivo
Resolução

Património da Alves & Matias, Lda em 31 de Dezembro de 2010
ACTIVO
Valor
PASIVO
Valor
ü  Moeda em cofre
ü  100 saias
ü  Expositórios
ü  Cheque no cofre
ü  100 Camisolas
ü  Depósito à ordem no BNA
ü  Prateleiras
ü  50 casacos compridos
ü  100 blusas
ü  Cruzetas
ü  Edifício
ü  200 gabardinas
ü  Dívida de Amaro & Dias, Lda
ü  Computador do escritório
ü  Mobiliário de escritório
50.000Kz
60.000Kz
30.000Kz
30.000Kz
160.000Kz
70.000Kz
68.000Kz
30.000Kz
4.500Kz
9.800.000Kz
200.000Kz
38.000Kz
90.000Kz
120.000Kz
Empréstimo obtido no BF
Dívida à confecções Huíla, SA
Dívida às confecções África, SA
1.200.000Kz
400.000Kz
880.000Kz

Total
10.754.500kz
Total
2.480.000kz

 

Massas patrimoniais parciais


I. Massas patrimoniais de Activo:
1. Activo fixo ou imobilizado:
Constituído por bens e direitos que se destinam a permanecer na empresa por longos períodos de tempo, normalmente a duração desses período é superior a um ano, e que não se destinam a ser vendidos ou transformados, pois são necessários para o correcto funcionamento da empresa
Exemplos:
ü  Edifício
ü  Mobiliário de escritório
ü  Maquinaria
ü  Trespasse
2. Activo circulante:
Constituído por bem e direitos que se renovam várias vezes ao longo de um exercício económico
Exemplos:
ü  Moeda em cofre
ü  Mercadoria
ü  Dívida de cliente
Activo circulante continua dividido em:
a)    Existências: são constituídas por bens que as empresas adquirem ou para posterior venda, no caso das empresas comerciais, ou no caso das empresas industriais, por bens que as empresas adquirem para serem incorporadas nos processos produtivos sendo vendido somente após transformação
Exemplos:
ü  Mercadorias
ü  Matérias – Primas
b) Dívidas de terceiros: O valor das dívidas de terceiros que se encontram por receber
Exemplo: Dívida de cliente
c) Disponibilidade: abarca os meios de pagamento que se encontram de imediato à disposição da empresa e ainda as aplicações de tesouraria efectuada pela empresa a curto prazo.
Exemplos:
ü  Moeda em cofre
ü  Depósitos à ordem no Banco
ü  Títulos negociáveis
Nota:
·         Existências + Dívidas de terceiro = Activo realizável
·         Disponibilidade = Activo disponível
II. Massas patrimoniais de Passivo:
1. Dívida a terceiro a médio longo prazo (capitais alheios de longo prazo):
Quando o prazo para o vencimento da dívida é superior a um ano, normalmente, empréstimos bancários e empréstimos de sócios
Exemplo: Empréstimo obtido a 5 anos no BFA
2. Dívidas a terceiros a curto prazo (Passivo circulante ou de funcionamento):
Quando falta menos de um ano para o vencimento da obrigação (dívida)
Exemplos: dívidas ao fornecedor de mercadorias

Resumo:
PATRIMÓNIO DE … EM …
ACTIVO
PASSIVO
1.    Activo imobilizado
2.    Activo circulante
·         Existências
·         Dívida de terceiros
·         Disponibilidade
1.    Capitais alheios a longo prazo
2.    Passivo a curto prazo

 

Agregação dos elementos patrimoniais em contas


I. Noção de conta
É um conjunto de elementos patrimoniais com características semelhantes, expressos em unidade de valor ou seja em moeda
II. Classificação dos activos imobilizados em contas
·         Imobilizações corpóreas
·         Imobilizações incorpóreas
·         Investimentos financeiros
·         Imobilizações em curso
1. Conta “imobilizações corpóreas” – 42
Esta conta integra os elementos tangíveis, móveis ou imóveis, isto é bens materiais, que a empresa utiliza na sua actividade operacional, que não se destinam a ser vendidos ou transformados, com carácter de permanência superior a um ano
Ø  Terrenos e recursos naturais – 421
Ø  Edifício e outras construções – 422
Ø  Equipamento básico – 423
Ø  Equipamento de transporte – 424
Ø  Ferramentas e utensílios – 425
Ø  Equipamentos administrativos – 426
Ø  Taras e vasilhame – 427
-        Embalagens retornáveis
-        Outras taras e outro vasilhame
Ø  Outras imobilizações corpóreas - 428
2. A conta “Imobilizações incorpóreas” – 43
Integra os elementos intangíveis, englobando, nomeadamente, direitos e despesas de constituição, arranque e expansão
Ø  Despesas de instalação – 431
Ø  Propriedade industrial e outros direitos – 433
Ø  Trespasses – 434
a)            Despesas de instalação: são despesas que a empresa realiza com a constituição e organização da empresa, assim como as despesas relativas as suas expansões
b)   Despesas de investigação e de desenvolvimento: são despesas relacionadas com a investigação original e planeada, com o objectivo de obter novos conhecimentos científicos ou técnicos
c)            Propriedade industrial e outros direitos: inclui as despesas com patentes, marcas, alvarás, licenças, concessões e direitos de autor
ü  Marcas: ao direito de colocar sobre os bens um nome, sinal ou desenho que permitam ao público identificá-los e distingui-los dos produtos similares
ü  Patentes: é título de registo de uma invenção
ü  Alvarás: é o direito que empresa obtém de um organismo oficial para se poder dedicar a determinada actividade
ü  Licença: é a autorização de utilizar o exclusivo de outra entidade mediante o pagamento de um certo preço
ü  Concessão: é um contrato pelo qual o proprietário cede a um terceiro o direito de utilizar a sua propriedade para um determinado fim mediante o pagamento de um certo valor
d)            Trespasse: é o valor do direito adquirido pela empresa para poder ocupar determinado lugar
3. A conta “Investimentos financeiros” – 41
Resulta da agregação de elementos patrimoniais que representam participações de capital de empresa noutras empresas, aquisições de títulos para rendimento, ou controlo de outras empresas, empréstimos de financiamento, investimento em imóveis para arrendar ou alugar e outras aplicações financeiras. Todos estes elementos têm a característica comum de se destinarem a permanecer na empresa de forma duradoira, permitindo que esta obtenha, normalmente rendimentos.
Exemplos: aquisição de acções, quotas, obrigações, títulos da dívida pública, edifício para arrendar
4. A conta “Imobilizações em curso”
Esta conta abrange as imobilizações de adição, melhoramento ou substituição enquanto não se encontram concluídas à data de encerramento do exercício económico. Inclui também os adiantamentos feitos por conta do fornecimento de imobilizado, cujo preço esteja previamente fixado
III. Classificação dos activos circulantes em contas
1.            Existências
a)    A conta “Mercadorias”
Nesta conta regista-se o valor das compras e respectivas despesas dos bens adquiridos para posterior venda, sem nelas se efectuarem transformações estruturais. É, normalmente, utilizada por empresas comerciais. Exemplos
b)   A conta “Matérias-Primas, subsidiárias e de consumo” – 36
Nesta conta regista-se o valor dos bens necessários ao processo produtivo da empresa. É normalmente utilizada por empresas industriais:
Ø  Matérias-Primas
Ø  Matérias – subsidiárias
Ø  Materiais diversos
Ø  Embalagens de consumo
- Matérias-Primas: são bens adquiridas para serem transformados durante o processo produtivo e que aparecem materialmente incorporados nos produtos finais. Exemplo: a farinha no fabrico do pão
- A conta “Matérias – subsidiárias”: são bens que se adquirem para serem utilizados no processo produtivo mas que não se incorporam materialmente nos produtos finais. Exemplo: O gasóleo das máquinas que são utilizadas no fabrico no pão
c)    A conta “Produtos acabados e intermédios” – 33
São os bens principais resultantes do processo produtivo da empresa, assim como os que, embora normalmente reentrem no fabrico, estando, portanto, em condições de serem vendidos
d)   A conta “Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos” – 34
São produtos secundários que resultam do processo produtivo juntamente com o produto principal, tendo, em geral, um valor comercial baixo, nulo ou mesmo negativo. Exemplo: o farelo resultante no fabrico no pão
e)    A conta “Produtos e trabalhos em curso”:
São bens que se encontram em fase de transformação no processo produtivo da empresa, não estando, por isso, terminados em condições de serem armazenados ou vendidos
Exemplo: a massa de levedar no fabrico do pão
2. Dívida de terceiro
Dívida de terceiros está dividida em:
a)    Conta “clientes”
Integra as dívidas dos compradores de mercadorias, produtos e outros serviços
Exemplo: dívida de cliente
b)   Conta “Outros devedores credores”
Integra as dívidas de terceiros que não sejam de incluir na conta cliente
Exemplo: Empresa vendeu energia a prazo
Nota:
  • Em existência: averiguar da existência de artigos fora de moda, de venda difícil, se for necessário, criar a respectivas provisões
  • Dívida de terceiros: verificar se há créditos incobráveis ou de cobrança duvidosa
3. Disponibilidade
a)    Conta “Caixa”
Esta conta engloba meios líquidos de pagamento, tais como notas, moedas, cheque e vales postais que se encontram nas instalações da empresa
Exemplo: Dinheiro em cofre, cheque recebidos em cofre
b)   Conta “Depósito à ordem”
Nesta conta, representam-se os meios líquidos de pagamento que pertença da empresa e se encontram depositados à vista em instituições crédito
Exemplo:
- Depósito à ordem no BNA
- Depósito à ordem no BFA
c)    Conta “Depósito a prazo”
Esta conta regista os depósitos que a empresa efectua e que só tem intenção em levantar decorridos o prezo combinados com o banco
Exemplo: Depósito a prazo no BFA
d)   Conta “Outros depósitos bancários”
As operações a incluir nesta conta serão estabelecidas de acordo com legislação bancárias
e)    Conta “Títulos Negociáveis”
Nesta conta regista-se o valor dos títulos adquiridos pela empresa e que representam aplicações de tesouraria de curto prazo. São, pois, títulos que a empresa adquire e que pretende revender num prazo inferior a um ano
IV. Classificação de passivo em contas
1.            Conta “Fornecedores”
Nesta conta registam-se todas as dívidas derivadas da aquisição de bens e de serviços com excepção dos destinados aos imobilizados que se registam na conta “Outros credores”
Exemplos: Uma empresa dedica-se ao comércio de roupas:
- Dívida às confecções Huíla
- Dívida às confecções África
2.            Conta “Empréstimos obtidos”
Nesta conta registam-se os empréstimos que a empresa obtém junto de terceiros, com excepção dos empréstimos obtidos dos sócios da empresa
Exemplo: Empréstimos obtidos no BF
3.            Conta “Estado e outros entes públicos”
Nesta conta, resistam-se as dívidas que a empresa tem para com os entes públicos. Os principais entes públicos são: o Estado, a Segurança social …
Exemplos:
- Imposto a pagar ao estado
- Dívida à Segurança social
4.            Conta “Outros Devedores e Credores”
Nesta conta registam-se as dívidas da empresa para com terceiros resultantes da de aquisição de bens e serviços destinados ao imobilizado, bem como encargos a pagar e encargos a repartir por períodos futuros
Exemplo: dívida ao fornecedor de Mobiliário de escritório

 

Inventário


I.              Noção
O inventário é um documento onde se encontram inscrito os elementos patrimoniais de uma determinada empresa devidamente valorizados e referidos a uma determinada data.
Ex
INVENTÁRIO DE ALVES & DIAS, Lda., EM 31/12/2005
ACTIVO
VALORES
PASSIVO
VALORES
ACTIVO IMOBILIZADO
Imobilizações corpóreas
Imobilizações incorpóreas
Investimentos financeiros

8.500.000
500.000
1.000.000
CAPITAIS ALHEIOS A M.L.P
Empréstimos obtidos
Outros credores

2.500.000
1.500.000
Total
10.000.000
Total
4.000.000
ACTIVO CIRCULANTE
Mercadorias
Clientes
Títulos negociáveis
Depósito à ordem
Caixa

2.500.000
500.000
1.000.000
500.000
100.000
PASSIVO A CURTO PRAZO
Fornecedor
Estado e outros entes públicos

1.000.000
500.000
Total
4.600.000
Total
1.500.000
Total do Activo
14.600.000
Total do Passivo
5.500.000

II.            Classificação do inventário
1.    Quanto ao conteúdo, divide – se em:
a)    Inventário total ou geral: Quando do inventário constam todos os elementos patrimoniais da empresa nesse momento
b)    Inventário parcial: Quando do inventário apenas constam determinados elementos. Ex: Inventário das existências
2.    Quanto à representação
a)    Inventário vertical: No inventário vertical ao activo segue-se o passivo
b)    Inventário horizontal: No inventário horizontal, o passivo é escrito ao lado do activo
3.    Quanto ao momento em que é elaborado
a)    Inventário inicial: é o que é elaborado no momento em que a empresa inicia a sua actividade
b)    Inventário final: é o que se realiza no final do exercício económico
c)    Inventário extraordinário: é o que se realiza por motivos imprevistos (roubo, incêndio …)
4.    Quanto à apresentação
a)    Inventário analítico: Um inventário analítico é aquele em que é possível visualizar todos os elementos patrimoniais, as rubricas, as contas, as massas patrimoniais parciais e gerais
b)    Inventário sintético: um inventário sintético não se encontram tão detalhado, nele apenas surgem as contas integrantes com respectivo título e extensão

Exercício aplicado
1. A empresa Alves & Vaz, Lda de Benguela negociante de produtos alimentares, iniciou a sua actividade em 13 de Fevereiro do 2010, com os seguintes elementos patrimoniais:
1)    Dinheiro em cofre 98.000
2)    3000 Quilos de arroz 30.000
3)    1 Máquina registadora 13.000
4)    Dívida de cliente Santos 45.000
5)    Depósito à ordem no BCA 239.000
6)    2000 Quilos de açúcar 60.000
7)    Dívida à fabrica de alimentares de Huíla, SA 150.000
8)    Empréstimos obtidos no BCA a longo prazo 920.000
9)    Balcões para o estabelecimento 890.000
10) Notas em cofre 4.000Kz
11) Empréstimo obtido no BFA a longo prazo no BFA 1.230.000
12) 500 Queijos 25.000
13) 1 Carrinha Toyota para distribuição 330.000
14) Dívida a Mendes & Carlos, Lda por compra de mercadoria a prazo 18.000
15) Quota na Sociedade Bastos & Castro, Lda 390.000
16) Mobiliário de escritório 125.000
17) Dívida a Centro de distribuição Alimentares, SA 180.000
18) Divida com imposto 45.000
19) Trespasse 350.000
20) Empréstimo a um empregado 2.000
Pedido:
a)    Elabore o inventário analítico e vertical desta empresa no dia 13/02/2010
b)    Elabore o inventário sintético e horizontal desta empresa no dia 13/2/2010


Resolução:
INVENTÁRIO DE ALVES &VAZ, Lda., em 13/02/2010
ACTIVO
Valores
ACTIVO IMOBILIZADO

1. Imobilizações corpóreas
1.358.000
1 máquina registadora
13.000
Balcões para o estabelecimento
890.000
1 carrinha Toyota para distribuição
330.000
Mobiliário de escritório
125.000
2. Imobilizações incorpóreas

Trespasse
350.000
3. Investimentos financeiros

Quota na Sociedade Bastos & Castro, Lda
390.000
Total do A.I
2.098.000
ACTIVO CIRCULANTE

EXISTÊNCIA
115.000
1. Mercadorias
115.000
3000 quilos de arroz
30.000
2000 quilos de açúcar
60.000
500 queijos
25.000
DIVIDA DE TERCEIROS
47.000
1. Clientes

Dívida de Santos
45.000
2. Outros devedores

Empréstimo a um empregado
2.000
DISPONIBILIDADE
341.000
1. Depósito à ordem

Depósito à ordem no BCA
239.000
2. Caixa
102.000
Dinheiro em cofre
98.000
Notas em cofre
4.000
Total do A.C
503.000
Total do ACTIVO
2.601.000
PASSIVO

CAPITAIS ALHEIOS a M.L.P
2.150.000
1. Empéstimos obtidos
2.150.000
Empréstimo obtido no BCA a L.P
920.000
Empréstimo obtido no BFA a longo prazo
1.230.000
CAPITAIS ALHEIOS a C.P
393.000
1. Fornecedores
348.000
Dívida à fabrica de alimentares de Huíla, SA
150000
Dívida a Mendes & Carlos, Lda por compra de mer. a prazo
18.000
Dívida a Centro de distribuição Alimentares, SA
180.000
2. Estado e outros entes públicos
45.000
Divida com imposto
45.000
TOTAL DO PASSIVO
2.543.000


Balanço


I. Noção do balanço
É pesca contabilística fundamental, onde estão representados o activo, o passivo e o capital próprio de uma empresa em determinada data
Balanço é uma igualdade entre dois membros em que no primeiro está representado o activo da empresa e no segundo membro está representado o passivo e o capital próprio da empresa, referidas a uma determinada data e referente a uma dada empresa

BALANÇO DE … EM …
- Activo
- Capital próprio
- Passivo

II. Conceito de capital próprio
Capital próprio é a diferença entre o Activo e o Passivo da empresa numa determinada data
Capital próprio = Activo – Passivo
III. As contas do capital próprio
1.    Conta “Capital”: Representa o valor das entradas dos sócios para a sociedade, ou seja, o capital nominal subscrito
2.    Conta “Reservas”: são definidas, tradicionalmente, como lucros não distribuídas pelos sócios. Têm como objectivo reforçar o capital próprio da empresa e como consequência, as garantias de terceiro
3.    Conta “Resultados transitados”: Recebe o valor do resultado líquido apurado no exercício anterior e que depois é distribuído ou pelos sócios ou aplicado em reservas ou destinados à cobertura de prejuízos de exercícios anteriores
4.    Conta “Resultado líquido do exercício”: Recolhe o valor do lucro ou do prejuízo apurado pela empresa no exercício
IV. Equação geral do balanço
a) Activo > Passivo: situação normal
Activo = Passivo + Capital próprio
b) Activo < Passivo: é uma situação teórica em que não existe capital próprio
Activo + Capital próprio = Passivo
c) Activo = Passivo: é uma situação que não é desejável
V. Estrutura do balanço
ACTIVO
CAPITAL PROPRIO E PASSIVO
ACTIVO IMOBILIZADO
CAPITAL PRÓPRIO
1.    Imobilizações corpóreas
2.    Imobilizações incorpóreas
3.    Investimentos financeiros
4.    Imobilizações em curso
1.    Capital
2.    Reservas
3.    Resultados transitados
4.    Resultado líquido do exercício
ACTIVO CIRCULANTE
PASSIVO
EXISTÊNCIAS
CAPITAIS ALHEIOS a M.L.P
1.    Mercadorias
2.    Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
3.    Produtos acabados e intermédios
4.    Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
5.    Produtos e trabalhos em curso
1.    Empréstimos obtidos
2.    Outros credores
3.    Estado e outros entes públicos

DÍVIDA DE TERCEIROS
CAPITAIS  ALHEIOS  a  C.P
1.    Clientes
2.    Outros devedores
1.    Fornecedores
2.    Outros credores
DISPONIBILIDADE
3.    Estado e outros entes públicos
1.    Caixa
2.    Depósito à ordem
3.    Depósito a prazo
4.    Outros depósitos bancários
5.    Títulos negociáveis
4.    Empréstimos obtidos






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